Três alemães e um brasileiro são investigados por integrar uma organização criminosa suspeita de estupro de vulnerável e produção e armazenamento de conteúdo de abuso sexual infantojuvenil cometidos contra adolescentes na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, os conteúdos eram vendidos na Europa.
Um dos suspeitos que liderava a quadrilha, um fotógrafo de 60 anos, foi capturado na última terça-feira (17), em Berlim, por agentes da Bundeskriminalamt, a Agência Federal de Investigação da Alemanha. Ele foi o último envolvido no esquema que ainda não havia sido preso.
A apuração da Polícia Civil teve início a partir de uma denúncia anônima enviada à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais.
Em fevereiro deste ano, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no endereço do criminoso.
No local, foram encontrados materiais de abuso sexual infantojuvenil armazenados em dispositivos. Além disso, em sua residência, em Berlim, foi apreendido um HD com a identificação “Rio de Janeiro” contendo também imagens de abuso que, de acordo com a polícia, sugeria que o conteúdo havia sido produzido no estado brasileiro.
Posteriormente, o inquérito policial e os dispositivos foram encaminhados à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que deu continuidade às investigações.
Após análise, a polícia constatou a existência de uma associação criminosa voltada à prática de exploração sexual infantojuvenil na capital fluminense, da qual o fotógrafo faria parte.
A investigação apontou ainda que o criminoso fazia contato com outros pedófilos na Europa, além de promover “festas” com menores de idade voltadas à exploração sexual, em uma de suas residências, localizada na Cidade de Deus.
Dois outros alemães e um brasileiro, que integravam a organização criminosa, participavam dos eventos.
Ainda de acordo com a polícia, os criminosos apareceram em inúmeros vídeos apreendidos pela DCAV praticando crimes de estupro de vulnerável contra diferentes adolescentes. De acordo com a polícia, o brasileiro também foi preso.
Até o momento, a Polícia Civil conseguiu identificar 20 vítimas que aparecem nas imagens.
Ainda de acordo com a corporação, um dos envolvidos no esquema, chamado Jan-Juri Reetz, foi morto a facadas por sua namorada, que soube que o homem abusava sexualmente da filha dela. A mulher foi absolvida pela Justiça Alemã.
*Sob supervisão de Bruno Laforé