Premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025, Walter Salles busca na leveza do enredo, o roteiro de sucessos de bilheteria e obras premiadas como com AINDA ESTOU AQUI, CENTRAL DO BRASIL e DIÁRIOS DE MOTOCILETA.
Quem vê os filmes do cineasta Walter Salles pode estranhar seu nome na lista dos 10 brasileiros mais ricos do mundo. Filho de banqueiro que tem entre suas fontes bilionárias uma mineradora e um dos maiores bancos do País, o Itaú, Salles acumula uma fortuna de US$ 4,2 bilhões, segundo a Forbes.

A indicação e conquista histórica de “Ainda estou aqui” a melhor filme internacional no Oscar deste ano coroa a trajetória do carioca Salles e expõe sua sensibilidade a injustiças. Como a vivida pela família Paiva, protagonizada na angústia de Eunice, que perde o marido, o deputado Rubens Paiva, assassinado no regime de ditadura militar.
O papel desempenhado por Fernanda Torres também lhe rendeu indicação à estatueta, de melhor atriz, após vencer o Globo de Ouro. A obra concorreu também ao prêmio de melhor filme, além de disputar e vencer a estatueta de melhor filme internacional.
Transformar temas pesados e indignantes em filmes de muita leveza é dom de Walter Salles. Ele faz isso em várias obras. Com 20 produções no currículo, entre documentários e ficções, ficou conhecido mundialmente com Central do Brasil.

A beleza do filme que aborda um problema tão crítico no Brasil por tantas décadas, o analfabetismo, levou o cineasta pela primeira vez ao Oscar, em 1999, na disputa de melhor filme estrangeiro. Fernanda Montenegro foi indicada a melhor atriz pela irretocável Dora.
A escolha dos temas e personagens falam muito sobre a trajetória de causas sociais do cineasta. De Dora, professora aposentada que escreve e lê cartas para pessoas analfabetas, a Che Guevara, o médico que exerceu importante papel na revolução cubana.

Diários de Motocicleta, outro filme aclamado pela crítica e vencedor de vários prêmios, além da indicação ao Oscar por melhor roteiro, em 2025, se baseia nos diários de Ernesto Che Guevara na sua juventude, antes de se tornar guerrilheiro.
De novo com muita leveza, o filme mostra a transformação do jovem aventureiro Ernesto em um cidadão crítico às injustiças sociais que lhe atravessam em uma longa viagem de motocicleta que faz ao lado de um amigo. O filme mostra como a pobreza de camponeses e indígenas tocam o protagonista.
Ditadura militar, analfabetismo, miséria e, também, imigração. Em Terra Estrangeira, Sales aborda o difícil universo de imigrantes por meio de Paco, que decide morar na Europa no caos da era Color no Brasil. Fernanda Torres e Alexandre Borges também estão no elenco.
COM AGÊNCIA NOSSA
Edição: Cinara Marques/redação Tribuna Nordeste