O Banco do Nordeste (BNB) voltou a operar com cooperativas de sua área de atuação após 20 anos. A primeira operação foi contratada pela Coopercuc – Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá, do norte do estado da Bahia. No valor de R$ 500 mil, o investimento será realizado na aquisição de máquinas e capital de giro.
A retomada das operações com as cooperativas produtivas de trabalhadores do Nordeste, parte de Minas Gerais e do Espírito Santo faz parte da estratégia de expansão do crédito para as agroindústrias e, no caso da Bahia, também se alinha às políticas estabelecidas pelo Governo do Estado para o setor.
O superintendente estadual do Banco do Nordeste na Bahia, Pedro Lima Neto, falou sobre o pioneirismo da Bahia nessa modalidade de operação.
“Nós conhecemos a Coopercuc e vimos de perto o grau de organização e estruturação da cooperativa. Ficamos muito felizes em iniciar essa nova fase e atender às demandas dos cooperados de acesso ao crédito via BNB”, comemora o gestor.
Do sertão para o mundo – Do sertão baiano, bem perto do rio São Francisco, nasceu a Coopercuc. A cooperativa rural formada por 44 pessoas trabalha com produtos oriundos de plantas nativas da Caatinga, como o umbu e o maracujá da caatinga.
Com certificação de produção orgânica, a cooperativa passou a integrar o Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal, o que também impulsionou o acesso ao mercado externo.
Atualmente, a Coopercuc vende doce, geleia, cerveja, cachaça, licor e polpas de frutas nativas para Bahia, São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará, além da exportação para Reino Unido, México e Estados Unidos. Além disso, a cooperativa atua junto ao Governo da Bahia na promoção de cursos e oficinas para capacitação e viabilização de assistência técnica para produtores da região.

FNE COOPERA
Na semana passada, o Banco do Nordeste anunciou o FNE Coopera, uma linha de crédito exclusiva para cooperativas produtivas com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), direcionados à aquisição de equipamentos, estrutura da organização, capacitação de cooperados e capital de giro e prazos de até 20 anos para pagamento, sendo até quatro deles de carência, a depender da finalidade financiada.
Segundo o superintendente de Agronegócio e Microfinança Rural do BNB, Luiz Sérgio Farias Machado, a linha visa proporcionar condições diferenciadas ao segmento que preconiza conceitos de colaboração e associativismo.
“Queremos reafirmar o compromisso do Banco de atuar no desenvolvimento econômico e as cooperativas proporcionam a melhoria na produção, agregação de valor, acompanhamento de empreendimentos dos associados, comercialização dos produtos, além de reduzir despesas para grupos de trabalhadores. Isso impacta em toda a comunidade”, afirma.
O Banco do Nordeste oferece crédito para as cooperativas via FNE Coopera, atendendo a organizações de produção de todos os portes, e as linhas Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar): Agroindústria, Industrialização e Cotas-parte. Para os recursos do Programa, é necessário que 75% dos participantes ativos da cooperativa sejam beneficiários do Pronaf e, no mínimo, 55% da produção beneficiada, processada ou comercializada seja oriunda de cooperados também enquadrados no Pronaf.
Com As om/BNB -BA