Nordeste

Saúde mental de universitários é tema de pesquisa na Uneb Juazeiro

O que leva um estudante a pensar em suicídio logo após um longo período de estudos e formação acadêmica? Para alguns, o motivo seria a pressão porque passam os alunos na trajetória estudantil desde o ensino médio à universidade, e as pressões para apresentar trabalhos e provas concomitante aos trabalhos de ordem familiar, entre outros fatores.

Para refletir sobre o que se passa na cabeça dos universitários e entender as expectativas que começam a se tornar mais presente já no terceiro ano do ensino médio, quando estudantes deixam de usufruir de uma vida social, como contato com a família, amigos e até mesmo o lazer para se dedicar somente ao vestibular, provocando o aumento do estresse e, no futuro, podem levá-los a ter distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo (T.O.C), estudantes da Universidade Estadual da Bahia elaboraram uma pesquisa sobre a saúde mental dos acadêmicos.

O tema foi apresentado no Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo em Multimeios, da recém-formada jornalista, Maria Eduarda Abreu Silva, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus III, Juazeiro-BA, no livro-reportagem “1,2,3 Salve Todos: relatos sobre a saúde mental de universitário”.

A jornalista refleti sobre o tema pouco discutido na comunidade acadêmica e coletou dados com estudantes universitários do Vale do São Francisco (Juazeiro-BA/Petrolina-PE). No livro, Maria Eduarda apresenta quatro trajetórias de estudantes universitários que passaram por processo de sofrimento psíquico durante a graduação, dando visibilidade às experiências pessoais e as dificuldades que enfrentam/enfrentaram na universidade.

Além disso, a autora aplicou um formulário para identificar a situação de saúde mental de 483 estudantes universitários, sendo 148 do Vale do São Francisco (Juazeiro-BA/ Petrolina-PE) e 335 de outras regiões do país.

Ainda segundo a autora perguntados se já se sentiram esgotado física e/ou emocionalmente durante a graduação, 96,7 % (467) responderam que já apresentaram esse quadro.

A maioria dos estudantes (78%) informou que já tiveram crises de ansiedade durante apresentação de trabalhos ou outra atividade avaliativa. Eles esclareceram ainda que já procuraram ou sentiram necessidade de auxílio psicológico. Contudo, apenas 31% (154) responderam que interromperam os estudos para buscar ajuda psicológica.  Já quando perguntados se atualmente estão fazendo acompanhamento psicológico, 79% responderam negativamente.

A pesquisa indica ainda que é necessário que as universidades viabilizem ajuda psicológica. Contudo, para a maioria dos estudantes que responderam ao formulário, as universidades não estão preparadas para auxiliar e receber alunos com transtornos psicológicos. Eles consideram, ainda, que o tema deve ser discutido em eventos acadêmicos e debates.

Para conhecer mais sobre o tema, a jornalista entrevistou psicólogos e visitou o Centro de Estudos e Práticas em Psicologia (CEPPSI), da UNIVASF. Maria Eduarda defende que o livro possa sensibilizar estudantes e professores a discutir os transtornos mentais entre o estigma e a invisibilidade, pois o tema ainda é um tabu, o que faz com que as discussões sejam vistas de formas distorcidas e, muitas vezes, produzam preconceito e estereótipos como, por exemplo, o conceito de “loucura”.

Com informações de: Moisés Cavalcanti e Patrícia Rodrigues, estudantes de Jornalismo da Uneb

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Cinara Marques

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