Em mensagem de Natal nesta quarta-feira (25), o Papa Francisco pediu negociações entre a Ucrânia e a Rússia para acabar com a guerra.
Em seu discurso “Urbi et Orbi” (para a cidade e o mundo) no dia de Natal, Francisco mencionou o conflito diretamente e pediu “a ousadia necessária para abrir a porta para a negociação”.
Falando da sacada central da Basílica de São Pedro para milhares de pessoas na praça abaixo, o papa disse: “Que o som das armas seja silenciado na Ucrânia devastada pela guerra!”.
Ele também pediu “gestos de diálogo e encontro, para alcançar uma paz justa e duradoura”.
Francisco, que é papa desde 2013, foi criticado por autoridades ucranianas neste ano quando afirmou que o país deveria ter a coragem da “bandeira branca” para negociar o fim da guerra com a Rússia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, havia descartado anteriormente negociações sem a restauração das fronteiras pré-guerra do país. Ainda assim, demonstrou disposição após a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos para iniciar conversas.
No início de dezembro, Zelensky levantou a ideia de um acordo diplomático que envolveria um “congelamento” das atuais linhas de batalha e o envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia.
A Rússia exigiu que a Ucrânia abandone suas ambições de se juntar à aliança militar da Otan.
Francisco, de 88 anos, celebrando o 12º Natal de seu pontificado, também pediu o fim dos conflitos políticos, sociais ou militares, em lugares como Líbano, Mali, Moçambique, Haiti, Venezuela e Nicarágua.
Situação em Gaza “extremamente grave”
O Papa Francisco, que recentemente se tornou mais crítico da campanha militar de Israel na Faixa de Gaza, a chamando na semana passada de “crueldade”, também renovou seu apelo por um cessar-fogo na guerra na região e pela libertação dos reféns israelenses restantes mantidos pelo Hamas.
Ele chamou a situação em Gaza de “extremamente grave” e pediu que “as portas do diálogo e da paz (sejam) abertas”.
Jubileu deve ser momento para “derrubar muros”
Francisco abriu um Ano Santo para a Igreja Católica global na noite de terça-feira (24), véspera de Natal, que vai até 6 de janeiro de 2026. Um Ano Santo Católico, também conhecido como Jubileu, é considerado um momento de paz, perdão e indulto.
Nesta quarta, o papa pontuou que o ano do Jubileu deve ser um momento para “cada indivíduo, e todos os povos e nações… se tornarem peregrinos de esperança, silenciar o som das armas e superar as divisões”.
Francisco também ressaltou que deveria ser um momento para “derrubar todos os muros de separação”.
Ele pediu uma “solução mutuamente acordada” para derrubar o muro da fronteira que divide a ilha mediterrânea de Chipre entre a República de Chipre e a República Turca do Chipre do Norte desde 1974.