Política
Garimpeiros ilegais circulam livremente pelos gabinetes de Brasília
Foram ao menos 11 reuniões oficiais ou fora da agenda com Ricardo Salles, Bento Albuquerque, Onyx Lorenzoni, além de Mourão e Bolsonaro.
Da Carta Capital
Entre 2019 e 2020, ao menos 49 toneladas de ouro ilegal foram retiradas da Amazônia. O prejuízo socioambiental é calculado em 9,8 bilhões de reais. A extração irregular abasteceu o mercado externo: 71% acabaram no Canadá, no Reino Unido e na Suíça. Os números levantados pela Universidade Federal de Minas Gerais corroboram nova recomendação feita pelo Ministério Público Federal ao governo federal, órgãos públicos e empresas que negociam ouro, “omissos” diante dos traficantes. Na ponta da destruição, rede complexa que vai dos garimpeiros aos chamados “barões”, encontram-se agentes financeiros que movimentam ao menos 5 bilhões de reais por ano.
Empresários, criminosos ambientais e lobistas têm, desde 2019, acesso livre aos principais gabinetes de Brasília. Foram ao menos 11 reuniões oficiais ou fora da agenda com os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o secretário da Presidência, Onyx Lorenzoni, e o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, além do próprio Jair Bolsonaro.