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Bolsonaro tenta mostrar força, mas só revela incapacidade de governar

Após mobilizar todo o aparato governamental e rios de dinheiro de fontes obscuras, Bolsonaro só reúne fanáticos, não apresenta saídas para a crise e comete mais crimes de responsabilidade

Depois de mobilizar todo o aparato governamental e contar com milhões de reais investidos de maneira pouco transparente por parte do empresariado e do agronegócio, Jair Bolsonaro conseguiu, nesta terça-feira (7), atrair apenas seu grupo de fanáticos para as ruas, em manifestações, que dados o dinheiro e estrutura com que contavam, ficaram muito aquém do que o atual presidente esperava. Segundo apurou o jornal Valor, o número estimado de pessoas que compareceu à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, ficou em 5% do que prometiam, na véspera, os áudios e vídeos distribuídos nas redes pelos bolsonaristas. Em São Paulo, o índice muito abaixo do esperado se repetiu. Como as redes sociais apontaram, a manifestação “flopou” mais que a economia de Guedes-Bolsonaro.

Os atos golpistas confirmaram aquilo que antecipou a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, na segunda-feira (6): o atual presidente cria confusão e crises institucionais porque é incapaz de governar e resolver os reais problemas do país, como a fome, o desemprego, a falta de renda, o alto preço dos alimentos e dos combustíveis e a lentidão da vacinação. Consegue até tapar os olhos de seus seguidores para a realidade, mais fica longe de obter apoio da maioria da população e demonstra, assim, sua total incapacidade de governar.

“Os atos de Bolsonaro estão aquém do esforço empreendido e do dinheiro obscuro utilizado. São atos deles, para eles, que demonstram pavor do chefe com o inquérito que o envolve no Supremo. A maioria do povo que sofre com a crise foi esquecida por eles, e Bolsonaro também os ignorou neste dia”, afirmou Gleisi pelo Twitter nesta terça-feira.

Além de sua total desconexão com a realidade, Bolsonaro também não conseguiu esconder sua ligação com as milícias e as rachadinhas. No ato realizado no Rio de Janeiro, uma das “estrelas” era Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro com elos fortes com milicianos e que gerenciava o esquema de rachadinha idealizado e ensinado aos filhos por Bolsonaro, como já comprovaram áudios.

Mais motivos para o impeachment

Com seu comportamento desesperado — afinal, só um presidente enfraquecido chama um comício no Dia da Independência —, Bolsonaro só conseguiu cometer novos crimes de responsabilidade, aumentando ainda mais as razões para seu impeachment, que só não ocorre porque continua blindado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e o Centrão, comprado à base de cargos e orçamentos paralelos.

Ao discursar em Brasília, Bolsonaro cometeu claro crime de responsabilidade ao atacar a democracia, avaliou o jurista Wálter Mairerovitch, presidente do Instituto Giovanni Falcone de Ciências Criminais, em entrevista à Globonews. Na capital, Bolsonaro voltou a ameaçar o Supremo Tribunal Federal e chegou a ameaçar com estado de defesa ou de sítio ao dizer que pretende se reunir, nesta quarta-feira (8), com o Conselho da República.

Formado pelo vice-presidente da República; os presidentes e líderes da Maioria e da Minoria da Câmara e do Senado; o ministro da Justiça; e outros seis cidadãos apontados pelo presidente e pelas Casas Legislativas, esse conselho é chamado para opinar em casos de intervenção federal, estado de defesa e sítio e também sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

“Ele está insinuando um estado de defesa ou estado de sítio”, avaliou Mairerovitch, para quem Bolsonaro atuou “absolutamente contra a Constituição” e cometeu mais um crime de responsabilidade. “Ele está numa campanha contra a democracia e o Estado Democrático de Direito. O que significa isso? Que ele está, no papel de chefe de governo, camuflado de agitador, como aliás fazia (o ditador fascista italiano) Mussolini”, afirmou.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), membro do Conselho por ser o líder da Minoria no Senado, explicou que o colegiado tem caráter consultivo e que só teria uma sugestão a dar a Bolsonaro: renunciar. “Desconfio de um presidente que nunca prezou pelo debate quando se propõe a reunir o Conselho da República. Minha posição é de defesa vigorosa da democracia e contrária a atos como os que estamos assistindo hoje, que só contribuem para a erosão de nossa sociedade”, afirmou Prates.

Do Site do PT

Cinara Marques

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